Fariseus: embora alguns considerem como incerto o significado dessa palavra, muitos entendem como sendo derivação do vocábulo hebraico que significa “separado”. O surgimento é datado em 140 A.C, pouco depois da revolta dos Macabeus. O movimento dos fariseus, no princípio, era constituído por “reformadores”, que defendiam a crença ortodoxa. Boa parte da história dos fariseus e marcada pela oposição aos saduceus. Eles eram os conservadores fanáticos, mas aos poucos foram perdendo suas características, apesar de possuir um discurso ortodoxo, suas atitudes legalistas foram manchando o propósito inicial causando reprovação diante de Deus. A maioria dos Escribas, eruditos e autoridades na lei mosaica, pertenciam ao partido dos fariseus, e deles surgiram alguns ensinamentos que causaram essa reprovação divina. Vejamos a passagem do capítulo 23 do evangelho de Mateus:
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1-Então falou Jesus à multidão, e aos seus discípulos, |
2- Dizendo: Na cadeira de Moisés estão assentados os escribas e fariseus. |
3-Todas as coisas, pois, que vos disserem que observeis, observai-as e fazei-as; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não fazem; |
4-Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo querem movê-los; |
5-E fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens; pois trazem largos filactérios, e alargam as franjas das suas vestes, |
6-E amam os primeiros lugares nas ceias e as primeiras cadeiras nas sinagogas, |
7-E as saudações nas praças, e o serem chamados pelos homens; Rabi, Rabi. |
8-Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi, porque um só é o vosso Mestre, a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos. |
9-E a ninguém na terra chameis vosso pai, porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus. |
10-Nem vos chameis mestres, porque um só é o vosso Mestre, que é o Cristo. |
11-O maior dentre vós será vosso servo. |
12-E o que a si mesmo se exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar será exaltado. |
13-Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que fechais aos homens o reino dos céus; e nem vós entrais nem deixais entrar aos que estão entrando. |
Pensemos sobre isso:
Os escribas e fariseus estão sentados na cadeira de Moisés, a autoridade legislativa que pertencia a Moisés, passou a eles. (v 2).
Eles dominam a homilética, são oradores perfeitos, convencem a muitos com o seu discurso, mas não praticam o que proclamam, ignoram tudo o que sai de suas bocas, são surdos para o seu próprio ensinamento, não servem de exemplos, são líderes vazios. (v 3).
Com o seu próprio sistema hermenêutico, interpretam a lei de maneira que dificultam a prática da lei, exageram muitos pontos interpretados, e fazem isso de propósito, a fraqueza e a debilidade do povo é o que eles têm em mente quanto abordam a lei, transmitem a lei de maneira que nem eles mesmos teriam condições de observar. (v 4).
Tudo o que fazem, todas as suas ações, são motivadas pelo orgulho e aparência, portam largos filactérios, pergaminhos enormes com o registro da lei, para que todos percebam que eles de fato são representantes de Deus, sua roupas causam inveja, longas e bem costuradas. (v 5).
Como se não bastasse os grandes pergaminhos e as longas vestes, sentam-se nas primeiras cadeiras, pois amam o destaque. Ser visto era ótimo, mas, ser visto em destaque e ser “honrado” era maravilhoso. (v 6).
Quando oram, o fazem nas praças, onde todos podem ouvir e saber que eles têm “contato” com os céus. Longas, incansáveis e vazias orações, que impulsionavam os ouvintes a se aproximarem e os exaltarem dizendo: mestre. Ah como isso os saciava, a confirmação pela boca do povo, eles eram ”Rabis” dentro da sua concepção, esquecendo-se que só existe um mestre, Cristo, o Ungido de Deus, o restante, quando é nomeado, qualifica-se irmão. (vs 7,8).
E embora no princípio, os fariseus possuíssem pontos positivos, representassem o povo em suas questões, agora eles estão impedindo os homens de servirem à Deus, estão fechando o reino dos céus, de forma que nem eles nem o povo pode entrar.
Jesus Cristo é muito enfático em certo ponto em suas palavras:
Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia. Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade. | | |
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O mestre revela que os conhece de maneira que os homens não conhecem, ele descortina a real condição daqueles líderes: Hipocrisia, falsidade, mentira. Uma vida de fachada. Uma constante representação diante dos homens. Raças de víboras, como escapareis do Inferno?
Diante das palavras de Cristo, devemos nos perguntar se nos achamos em falta também. Se praticamos o que pregamos. Se somos orgulhosos. Se amamos posições de destaque. E se não estamos vivendo uma mentira constante, representando diante dos homens, mas perante o Senhor que tudo vê, somos na maioria das vezes protagonistas reprovados.
Nele, que pelo seu amor renova suas misericórdias todos os dias!